terça-feira, julho 07, 2015


A Política pede Previsão e Pró-atividade

No dia 3 de julho último, o Ministro dos Transportes, o Sr. Antônio Carlos Rodrigues, liberou a realização de estudos do modelo de concessão da ferrovia EF 119, que almeja ligar a cidade de Vitória ao Rio de Janeiro.
As licitações para a obra deverão começar no primeiro trimestre de 2016. O empreendimento faz parte do Programa de Investimento em Logística (PIL). Ainda faltam outras audiências públicas, para discutir o assunto, todas marcadas ainda em julho, no Rio de Janeiro, em Campos do Goytacazes e na Bahia.
O projeto do ramal ferroviário EF 118 irá fazer a ligação de Vitória com o Rio, passando pelo Porto central, em Presidente Kennedy, no Sul do Estado, e também pelo Porto de Açu, em São João da Barra. O traçado vai atravessar 25 municípios, 10 dos quais capixabas, e os demais do Estado do Rio. Vai ter bitola larga e mista. Além disso, o traçado visa evitar conflitos ambientais e minimiza conflitos socioeconômicos.
A obra de 572km de extensão, possui um investimento estimado em R$ 7.8 milhões. Já batizada com o código de EF 188, ela também será integrada a outro grande projeto ferroviário no Brasil, chamado de EF 354, e será a futura Estrada de Ferro Transcontinental. Ela começa no Porto de Açu, situado no litoral do Município de Campos dos Goytacazes, a Sudeste do Estado do Rio de Janeiro, cruza o Brasil de Leste para Oeste, chegando ao Oceano Pacífico, no Peru.

Os 25 municípios cortados pela ferrovia:
- No Rio de Janeiro: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Magé, Itaboraí, Guapimirim, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Macaé, Carapebus, Quissamã, Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana.

- No Espírito Santo: Presidente Kennedy, Itapemirim, Rio Novo do Sul, Piúma, Iconha, Anchieta, Guarapari, Vila Velha, Viana e Cariacica.

Um pouco da história de nossa ferrovia: o primeiro trecho, Niterói - Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense,constituída em 1871 e depois absorvida pela Cia. E.F. Macaé a Campos. Em 1997, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campo-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E.F.Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina.O trecho até Vitória foi construído em parte pela E.F.Sul de Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Ainda neste mesmo ano, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba de campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do Rio. A linha ainda funciona para cargueiros e é operada pela FCA desde 1996.
A estação de Rio Bonito foi entregue em 1880, pela Cia Ferro Carril Niteroiense, comprada depois pela E.F.. Cantagalo, e esta pela E.F.Macaé a Campos, finalmente absorvida pela E.F. Leopoldina, em 1887. A estação era também ponto de partida da E.F.Rio Bonito a Juturnaíba, ferrovia inaugurada em 8 de janeiro de 1882, mas somente num trecho de 8,5 quilômetros até Posse.
Nos últimos anos, a antiga Estação Ferroviária, abandonada pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) foi invadida por mendigos. Em 22 de fevereiro de 2011, a estação sofreu um incêndio, logo após ter sido adquirida pela Prefeitura, destruindo ainda mais o pouco que restara.
Deixando as histórias um pouco de lado, diante destas notícias, gostaria de solicitar aos políticos de nossa cidade que se mobilizassem, no sentido de desviar a ferrovia que corta o coração da nossa cidade, o que se torna potencialmente perigosa quando o movimento aumentar, assim como a possibilidade de acidentes.
Havendo um bom estudo antecipado, o traçado ferroviário poderá muito bem ser desviado para fora da cidade, tornando-se novamente uma conexão para escoamento de produtos e passageiros, com uma nova e moderna estação ferroviária, propulsionando a economia local, e ao mesmo tempo trazendo mais segurança.
Para enfatizar os motivos para a transferência do traçado ferroviário para uma área que margeie a cidade por fora, mostramos alguns pontos negativos: dificuldade de pedestres e veículos transitarem durante a movimentação dos trens, causando congestionamento, possibilitando acidentes e atrasos nos compromissos diários, além do barulho que incomoda aos moradores que residem próximos a linha. Além dos riscos indiretos pela falta de zelo com relação aos trilhos, composições e imóveis que cercam a via férrea, dormentes podres, trilhos tortos que geram formação de faíscas que podem gerar incêndios. Fora o risco de atropelamento ou colisões entre veículos e composições ocasionados pela ausência de cancelas.
Se no passado, a instalação de uma via férrea era sinônimo de progresso, hoje, estando no meio da cidade, ela atravanca bastante a movimentação das pessoas e o acesso ao comércio. Continua sendo um meio de transporte mais barato, mas tem de se adequar ao crescimento da população e imóveis ao redor, e sua localização ficará mais cômoda se transferida para um local menos populoso e fora da região central da cidade.

Alex Hudson
Rio Bonito - RJ


contato@semcensuras.com.br

0 comentários:

Top Mais Lidos

"Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá,
foi como criar um lindo vaso de flores
para vocês usarem como pinico.
Hoje eu vejo, tristemente,
que Brasília nunca deveria ter
sido projetada em forma de Avião
e sim de Camburão...”.

A.D.



Tão lindas eram suas MATAS
Tão verdes eram seus montes
Tão límpidas eram suas aguas
Tão pacifico era seu povo
Hoje é apenas um arremedo do que foi ontem
O tal progresso insiste em exterminar tudo o que um dia foi bom, gostaria de lhe preservar aos meus olhos
Sobrou apenas a lembrança do que você já foi MINHA AMADA RIO BONITO.

Alex Hudson
(27/11/2011)