A Política pede Previsão e Pró-atividade
No dia 3 de julho último, o Ministro dos Transportes, o Sr. Antônio Carlos Rodrigues, liberou a realização de estudos do modelo de concessão da ferrovia EF 119, que almeja ligar a cidade de Vitória ao Rio de Janeiro.
As licitações para a obra deverão começar no primeiro trimestre de 2016. O empreendimento faz parte do Programa de Investimento em Logística (PIL). Ainda faltam outras audiências públicas, para discutir o assunto, todas marcadas ainda em julho, no Rio de Janeiro, em Campos do Goytacazes e na Bahia.
O projeto do ramal ferroviário EF 118 irá fazer a ligação de Vitória com o Rio, passando pelo Porto central, em Presidente Kennedy, no Sul do Estado, e também pelo Porto de Açu, em São João da Barra. O traçado vai atravessar 25 municípios, 10 dos quais capixabas, e os demais do Estado do Rio. Vai ter bitola larga e mista. Além disso, o traçado visa evitar conflitos ambientais e minimiza conflitos socioeconômicos.
A obra de 572km de extensão, possui um investimento estimado em R$ 7.8 milhões. Já batizada com o código de EF 188, ela também será integrada a outro grande projeto ferroviário no Brasil, chamado de EF 354, e será a futura Estrada de Ferro Transcontinental. Ela começa no Porto de Açu, situado no litoral do Município de Campos dos Goytacazes, a Sudeste do Estado do Rio de Janeiro, cruza o Brasil de Leste para Oeste, chegando ao Oceano Pacífico, no Peru.
Os 25 municípios cortados pela ferrovia:
- No Rio de Janeiro: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Magé, Itaboraí, Guapimirim, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Macaé, Carapebus, Quissamã, Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana.
- No Espírito Santo: Presidente Kennedy, Itapemirim, Rio Novo do Sul, Piúma, Iconha, Anchieta, Guarapari, Vila Velha, Viana e Cariacica.
Um pouco da história de nossa ferrovia: o primeiro trecho, Niterói - Rio Bonito, foi entregue entre 1874 e 1880 pela Cia. Ferro-Carril Niteroiense,constituída em 1871 e depois absorvida pela Cia. E.F. Macaé a Campos. Em 1997, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos. Em 1887, a Leopoldina comprou o trecho. A Macaé-Campos, por sua vez, havia construído e entregue o trecho de Macaé a Campos entre 1874 e 1875. O trecho seguinte, Campo-Cachoeiro do Itapemirim, foi construído pela E.F.Carangola em 1877 e 1878; em 1890 essa empresa foi comprada pela E. F. Barão de Araruama, que no mesmo ano foi vendida à Leopoldina.O trecho até Vitória foi construído em parte pela E.F.Sul de Espírito Santo e vendido à Leopoldina em 1907. Ainda neste mesmo ano, a Leopoldina construiu uma ponte sobre o rio Paraíba de campos, unindo os dois trechos ao norte e ao sul do Rio. A linha ainda funciona para cargueiros e é operada pela FCA desde 1996.
A estação de Rio Bonito foi entregue em 1880, pela Cia Ferro Carril Niteroiense, comprada depois pela E.F.. Cantagalo, e esta pela E.F.Macaé a Campos, finalmente absorvida pela E.F. Leopoldina, em 1887. A estação era também ponto de partida da E.F.Rio Bonito a Juturnaíba, ferrovia inaugurada em 8 de janeiro de 1882, mas somente num trecho de 8,5 quilômetros até Posse.
Nos últimos anos, a antiga Estação Ferroviária, abandonada pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) foi invadida por mendigos. Em 22 de fevereiro de 2011, a estação sofreu um incêndio, logo após ter sido adquirida pela Prefeitura, destruindo ainda mais o pouco que restara.
Deixando as histórias um pouco de lado, diante destas notícias, gostaria de solicitar aos políticos de nossa cidade que se mobilizassem, no sentido de desviar a ferrovia que corta o coração da nossa cidade, o que se torna potencialmente perigosa quando o movimento aumentar, assim como a possibilidade de acidentes.
Havendo um bom estudo antecipado, o traçado ferroviário poderá muito bem ser desviado para fora da cidade, tornando-se novamente uma conexão para escoamento de produtos e passageiros, com uma nova e moderna estação ferroviária, propulsionando a economia local, e ao mesmo tempo trazendo mais segurança.
Para enfatizar os motivos para a transferência do traçado ferroviário para uma área que margeie a cidade por fora, mostramos alguns pontos negativos: dificuldade de pedestres e veículos transitarem durante a movimentação dos trens, causando congestionamento, possibilitando acidentes e atrasos nos compromissos diários, além do barulho que incomoda aos moradores que residem próximos a linha. Além dos riscos indiretos pela falta de zelo com relação aos trilhos, composições e imóveis que cercam a via férrea, dormentes podres, trilhos tortos que geram formação de faíscas que podem gerar incêndios. Fora o risco de atropelamento ou colisões entre veículos e composições ocasionados pela ausência de cancelas.
Se no passado, a instalação de uma via férrea era sinônimo de progresso, hoje, estando no meio da cidade, ela atravanca bastante a movimentação das pessoas e o acesso ao comércio. Continua sendo um meio de transporte mais barato, mas tem de se adequar ao crescimento da população e imóveis ao redor, e sua localização ficará mais cômoda se transferida para um local menos populoso e fora da região central da cidade.
Alex Hudson
Rio Bonito - RJ
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